Ativista dos direitos civis, feminista e hacker, Jude Milhon é mais uma das mulheres que deixaram sua marca indelével na história da computação ao redor do mundo. Judas foi um mito em vida, a ponto de ser conhecido como "St. Jude, o santo padroeiro dos hackers."
Cconhecido como "O santo protetor dos hackers" o St. JudeJude Milhon nasceu em 12 de março de 1939, em Washington DC. Ela era uma renomada programadora, ativista e defensora dos direitos de privacidade na web. Ela foi uma das primeiras mulheres a se tornar conhecida no mundo do ciberespaço.
A maior parte de sua infância e adolescência viveu em Anderson, Indiana. Lá, Milhon daria seus primeiros passos como ativista e lutadora de direitos civis, para depois se tornar uma hacker prolífica e ativista de direitos digitais.
Começo do seu ativismo
Desde a adolescência, Milhon estava intimamente relacionado ao ativismo em favor dos direitos civis. Circunstâncias, o que causou várias prisões pela polícia. No entanto, isso não interrompeu suas ações, que passaram a ter maior relevância durante o período da Movimentos de direitos civis nos Estados Unidos.
Naquela época, o espírito de luta de Milhon era muito impetuoso, então ele entrou diretamente como participante do movimento. Foi assim que, em 1960, Milhon organizou a marcha de Selma a Montgomery, no Alabama. Mais tarde, ela participou do protesto de Jackson, Mississippi, onde foi novamente presa por desobediência civil.
Quando foi libertado da prisão, Milhon ainda mantinha sua atitude ativista, mas também se interessou pelo desenvolvimento tecnológico. Isso a levaria a transferir toda a sua personagem em defesa dos direitos civis para o plano digital que estava começando a nascer na sociedade.
Programação digital e ativismo
Em 1967, Milhon começou seus primeiros passos como programador. Milhon, totalmente autodidata, aprendeu a programar na língua Fortran. Tudo isso graças a um livro intitulado "Ensine-se Fortran". Na época, Milhon era uma das poucas mulheres com habilidades de programação. A primeira vez que aplicou seu conhecimento, foi na programação de máquinas de venda automática Horn & Hardart.
No entanto, Milhon observaria que o mundo dos computadores era muito hermético. Dirigida principalmente pelos centros militar e acadêmico, a computação era um mundo desconhecido. Antes disso, Milhon começou a se organizar junto com Lee Felsenstein, Lipkin Efrem, Ken Colstade mark szpakowski, a primeira comunidade digital do mundo, Memória da comunidade.
Memória da comunidade Tornou-se o primeiro sistema de boletim informatizado público em 1973. Mais tarde, esse sistema se tornou um sistema de compartilhamento de informações digitais sem precedentes para toda a comunidade de usuários que o acessou.
Com o avanço da tecnologia da computação, as contribuições de Milhon tornaram-se cada vez mais relevantes. Após a partida dos primeiros sistemas BSD em 1977, Milhon foi um dos codificadores benchmarks no desenvolvimento comunitário dos mesmos. O trabalho de Milhon na Comunnity Memory ofereceu a ele as habilidades necessárias para programar para o BSD.
Em 1982, Jude Milhon ingressou no Computer Professionals for Social Responsibility - CPSR. Lá, ele desempenhou um papel importante como ativista, defendendo a abertura do conhecimento das redes de computação e ciberespaço. O envolvimento de Milhon neste grupo focado em projetos privadarra y PCP.
Escritos, cypherpunks e obras importantes
Já na década de 90, Milhon observou como o mundo globalizado se aproximava. A Internet foi uma realidade precoce, com muitas possibilidades, e para ajudar a explorá-la ao máximo, Milhon dedicou-se à escrita. Para assinar a autoria de suas obras, Jude Milhon usou o pseudônimo "St. Judas", o mesmo entalhe com o qual ela era conhecida na comunidade hacker.
Foi neste período, por volta do início dos anos 90, que Milhon cunhou o termo cypherpunk, para citar o movimento que uniu os defensores da privacidade digital. O conceito de cypherpunk, foi um jogo de palavras que Milhon inventou ao misturar o conceito de cyberpunk (que ela tanto amava) e o conceito de 'cifra' (chave de criptografia)
En 1994 publica um de seus primeiros livros foi Hacking the Wetware: The NerdGirl's Pillow Book (Hacking the Wet Net: O Livro de Cabeceira do Jovem Nerd) Era um guia que procurava transformar mulheres em hackers felizes desmistificando o funcionamento do corpo e do cérebro.
Este livro usa temas sexuais para seduzi-lo, enquanto o prepara sutilmente para pensar como um hacker. Você pensa, logo você hackeia… é um guia de transformação pessoal»
Jude Milhon
En 1995 publique o livro Manual do Cyberpunk: O verdadeiro Cyberpunk Fakebook, (O falso manual do cyberpunk) um autêntico guia falso para cyberpunks, escrito com humor, ironia e uma proximidade e profundidade que transcende os trabalhos anteriores sobre esse gênero.
En 1997 publicar Como transformar e dominar o mundo: um pós-romance explodido (Como mudar e dominar o mundo) Este livro foi escrito com RUSirius (com quem ele também escreveu o Cyberpunk Handbook) e, como no anterior, a ironia e o humor são percebidos na sinopse e no prólogo.
Juntamente com Sirius, ele fundou e editou a revista de cultura tecnológica e anárquica Mundo 2000. Durante esse período, Milhon também se tornaria um programador especializado em web.
Todos esses trabalhos lhe renderam várias entrevistas e espaços onde ele poderia apresentar suas idéias. Em uma entrevista de 1995 da Wired, Milhon diria uma das frases que definiria mais claramente seu pensamento: "Garotas precisam de modems".
Suas últimas notas e ações de hackers
Durante os últimos anos de sua vida, Jude Milhon se dedicou a proteger a privacidade e promover hackers no mundo. Por isso, ele manteve o revista de Mundo 2000 até o final de 1998 e também participou da revista Boing Boing y Wired.
A vida de Milhon terminaria em 2003 por causa do câncer. Sua partida causou uma resposta profunda da comunidade hacker em todo o mundo.
Após sua morte, a Wired dedicou o seguinte título à sua revista: "Os hackers perderam seu santo padroeiro". Um santo singular fora do comum: um grande hacker, feminista e ativista dos direitos cibernéticos, uma exceção em um espaço ainda dominado pelos homens.